terça-feira, 25 de maio de 2010

LIBERDADE DE EXPRESSÃO



Nesta noite não consigo conter os meus sentimentos
Não consigo me acalmar
Não consigo me ocupar com mais nada
Só preciso de pôr tudo isto pra fora

Guturais vindo de minha garganta
Um som pesado escurrega dos meus dedos
Através de cada batida nas cordas
Não resisto a velocidade

Eu vejo o mundo todo em estado de euforia
Não ligo pra quem está ouvindo ou questionando
Que foda-se o mundo
Eu quero é curtir meu metal sagrado
E me livrar de todo este lixo modista

Eu quero é dançar neste ritual sagrado
Que lava minha alma como se fosse um bálsamo de energia
Eu quero é poder me expressar e mostrar pro mundo
Que eu também posso ser feliz do meu jeito

Quero bater cabeça até não sentir mais o meu pescoço
Quero curtir o som alto até não ouvir mais nada
Quero por tudo pra fora
Todos os meus sonhos e todas as minhas revoltas

Esta é minha forma de suportar tanta poluição sonora
Vocês discriminam minha música
Mas o som da falsidade é bem mais aterrorizante
O som da perdição dos seus espíritos é ignorante

Eu tenho o direito de estourar meus típanos
Pra que tanta poluição não passe de meus ouvidos
Não posso aguentar tanta mentira
Não posso suportar tanta ignorância

Isto não é loucura, é liberdade de expressão
É meu remédio para a doença capitalista
É minha forma de conseguir engulir tudo
É minha tribo em ritual de consagração

É MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
\m/


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Lílian Rafaela
Publicado no Recanto das Letras em 24/05/2010
Código do texto: T2277374



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O Exercício do Lamento



Um dia de sol no copo d'água
Uma tempestade na areia
Uma folha voa sob o vento
Um violão morto em desalento

A música do silêncio
Ecoa para o além
O exercício do lamento
Acabou de nascer...

Lamento não ter me disciplinado
Lamento não ter tocado música
Lamento não ter criado
Lamento não ter respirado

O meu exercício tornou-se lamento
A minha disciplina tornou-se invisível
Talvez exercitando o meu lamento
Eu possa expressar a lemuria esquecida

E nasce uma nova ordem
De exercitar aquilo que foi esquecido
De expressar todo o passado envolvido
E finalmente achar o diálogo perdido.

Lamento ter sentido tanta inspiração
E ter exercitado a preguiça
Lamento ter sentido tanta emoção
E ter agido com tanta injustiça

O novo passo é dar ordem
Organizar meus pensamentos
Exercitar a criação
Como algo envolvente

Exercitar o oposto do lamento
Aproveitar as oportunidades ao alento
Ser a própia tempestade de areia
Sendo a própria folha sob o vento

Lílian Rafaela
Publicado no Recanto das Letras em 24/05/2010
Código do texto: T2277543

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